domingo, 11 de dezembro de 2011

De meia noite e cinco.

Interrogação, reticências, ponto final, exclamação
Acentos.
Essas formas expressam imposições
Escrita ou falada
Você não tem o direito de ser
Ou seja, não seja.
Não chore
Não sinta
Não procure se expressar
Somente siga a regra do viver
Pare de se preocupar
Pensar? Pra que?
O mundo oferece a diretriz
Que de direta não há nada
Simplesmente se cale
Esconda e espere
É isso que querem de você
O nada
O vazio
Se quiser obedecer, obeça
Só não se prive de uma coisa:
Sonhar,
Sonhe com exclamações, ponto final, vígula,
E até mesmo interrogação,
Sonhos com exclamações se tornam mais intensos!
Com vírgula, Ah, tudo pode mudar
Interogação? A dalorosa e fascinante dúvida
Sonho com ponto final, esse sim, quanta sensatez.
Os sonhos podem ser variados
Mas nunca deixe-os de lado
Acredite, em alguns momentos eles podem ser a única coisa que te resta.

Laura

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ah, Dia 23

Um dia alguém me disse,
Para esperarmos o dia 23
Afirmou que esse dia chegaria
Independente de ser ele mesmo

E esperei,
vivi,
esperei
desisti,
vivi,
retornei,
chorei
e ainda espero

Mas agora o verbo esperar se conjuga no tempo incerto
Se é que entre eles houve tempo certo
Não se vê mais o "nós esperaremos"
Ele se tornou o "eu esperarei"

Do que adianta esperar sozinho?
O dia 23 só existe em conjunto
Se o nós não estiver presente o dia não virá
Pode ser que venha,
Mas enquanto não chega
conjugo no futuro, o tempo incerto que esconde o sentimento
ou o sentimento incerto que se esconde no tempo

sábado, 13 de agosto de 2011

É Assim!

Procuro fugir de mim
Considero essa a melhor forma de não pensar
Se devo não pensar?
Sei lá, acho que não há regras
Procuro agir de acordo com a música
E quando digo isso não é por clichê
Procuro sim me encontar em algumas delas
Mas é estranho, elas nunca falam de mim
Acho que não me entendem
Assim como eu, e de novo digo: sei lá.
Mas continuo andando, seguindo em frente
Amanhã quem sabe, penso em pensar?

Laura

Sei lá

Não sei o que foi, nem o que é
Só sei que foi o mais perto que já cheguei de sentir
E sinto
Procuram nomear
Renomear
E até denominar
Mas uma coisa eu sei, isso não tem nome.

Laura

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Amor no Olhar

Olho para o céu
Uma estrela fica a brilhar
Lembro-me dos olhos que me davam amor sem amar
Dizia ser eterno o que nem mesmo existia

Não me arrependo de acreditar
Achei que nunca iria eu me apaixonar
Assim que me vejo, perdida estou

E o culpado de tudo são eles
Os olhos que me puseram a amar
Espero você voltar a todo o momento
Pego-me pensando onde você está

Logo eu que achei não mais amar
Quando te vejo meu mundo parece desabar
Mais uma vez o culpado de tudo são eles
Os olhos que tanto me puseram a ninar.

Laura Jamal

Saudade

Ó meu querido
Como tu me encantas
Nunca deixarei de te amar
Amar-te-ei para sempre
Se é que o para sempre existirá

Sinto falta de ti
Isso me causa imensa dor
Ah, mas como é bom sofrer de amor

Não me importo se vou chorar
As lágrimas me lembrarão de ti
Eu que duvidei um dia me apaixonar
Totalmente perdida fiquei em teu olhar

Converso com a poesia por ela me entender
Não posso mais lhe explicar
Tu se foste e deixaste a saudade em meu peito apertar
Espero te ter novamente
Quem sabe a eternidade nos unirá?

Laura Jamal

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tá Faltando Amor

Vivemos na mediocridade do eu
Esquecemos o outro
Cadê o amor tão sonhado?
Parece não existir

Um segundo torna o perfeito detestável
Uma lágrima cai e seca pro outro
Mas continua a mancha
Um sorriso fingi concertar
Mas no final estraga

Cadê o amor no bom dia?
Um erro acabou com ele
Quem sabe até resta amor?
Mas a mágoa foi mais forte

Dizem que erros são perdoáveis
Aqui parece não funcionar
Porque ele não vai embora?
Queria gritar: SAIA
Mas ele insiste em ficar

A imagem falsa se forma
Alguns tolos acreditam
Não caio mais nessa
Tudo que eu mais amo parece não me amar

Não sei mais o que é melhor
Cabe a eles a decisão
Não são dois, nem três, são quatro
Ah lembrem-se estamos falando de coração.

Laura Jamal

Calma

O homem se engana
Tenta parar o tempo que não para
Fingi que fez sem fazer
Tenta culpar quem não tem culpa

Mal sabe ele que só está se enganando
O mundo gira
O homem para
O mundo grita
O homem cala
O mundo sofre
O homem provoca a dor

Vai com calma homem
O mundo um dia acaba
E você ficará sem lugar

Vai com calma homem
O mundo já se revoltou
Agora você é quem sofre

Vai com calma homem
O mundo tá secando
E você querendo mais água

Pela última vez me escute homem
Vai com calma
O mundo ama
E você mata!

Laura Jamal

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cabral chegou


Cabral chegou
Chegou?
Mas e Colombo
Ixi, ficou pra trás

Portugal ou Espanha?
Acho melhor Inglaterra e França
Venceram, ou melhor, desenvolveram
Viveram, sobreviveram

França sofreu
O povo morreu
A liberdade Iluminou
E os EUA libertou

Tiradentes se inspirou
Revolução francesa incentivou
A conjuração aconteceu
Coitado, mas nada sucedeu

Acho que vi Tiradentes morto
Ah os baianos também
Queriam emancipar
Mas só conseguiram ser executados
Coitados!

Brasil Melhorou
Desenvolveu
E da metrópole separou

Agora somos quem somos
Reflexos de outros reflexos
Vida de algumas vidas
História de outra História.

Laura Jamal

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Explicar o Inexplicável


Será o “sempre” real?
Hoje a poesia me consome
Ou melhor, só ela me entende

Sinto falta de sentar do teu lado
Conversar, te admirar
Admirar o você, sem me preocupar
Os outros sempre estiveram lá
Mas a desconfiança não

Éramos amigos, agora somos irmãos
Irmãos ficam distantes
Mas estão sempre juntos,
Irmãos enfrentam o tempo
Mas não desistem dos outros

Você é como o céu
Seu brilho me alegra tanto
Seu olhar é singelo e doce
Suas palavras não são simples sons
Saem como canções

Você é diferente de tudo que já vi
O que eu sinto é diferente de tudo que vive
Queria te explicar, mas não consigo
Nem mesmo entendo

Só sei que sinto
Obrigada por você existir!

Laura Jamal

Tempo Traiçoeiro


É nostálgico não te ter comigo
Mais melancólico ainda
É a condição para te ter
Pelo menos o seu coração eu tenho
Suponho que sim           

Minha mente vidra no erro de te amar
Mas meu coração só quer você
Ele tem mais poder
E está me convencendo

Medos se tornam freqüentes
Mas com eles a esperança aumenta
E se ela morrer?
Morre também o “nós”
Não quero perdê-lo
Ele me alegra
A distancia o torna mais próximo

O tempo será o “inimigo”
Vamos torná-lo amigo, para não vê-lo
Não gosto do tempo
Mas estou aprendendo a gostar
Não quero incomodá-lo
Seu incômodo já me causa imensa dor

Estamos como deve ser
Ou pelo menos achamos
O conformismo me assola
Mas o futuro me anima

Se existir será eterno
Não me imagino sem você
Mas imagino você sem mim
Lembra da promessa?
Pra mim ela não tem fim,
Mas de que adianta sonhar com o futuro
Se o presente não quer?

Os dias não me ajudam
Um simples verão
Tornou-se um inverno escuro
O céu escondeu as estrelas
O mar calou-se

Calamos também
Escondemos-nos de nós
Escurecemos o claro
Mas só acredito no futuro ao teu lado!

Laura Jamal